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Livros: “Me ajuda a olhar?”

18 de julho de 2016

Para quem se dirigem mesmo os livros infantis e como ajudamos as crianças a “olhá-los”? É sobre isso que fala Denise Guilherme, criadora de A Taba.

 

A leitura de livros para as crianças, além de ser extremamente importante por impactar em inúmeros aspectos do desenvolvimento infantil, pode também ser um momento de encantamento e descobertas não apenas para elas, mas também para o adulto que apresenta as histórias em voz alta. É sobre o papel do mediador e sobre a necessidade de olhar detidamente os livros, na escolha e na leitura, que Denise Guilherme, especialista em literatura, escreveu em sua coluna na Carta Educação.

Denise comenta que é preciso realizar as escolhas mais apuradamente: dentre a “enxurrada” de títulos que chegam às livrarias e bibliotecas cotidianamente, muitos dos quais apenas atendendo a demandas mercadológicas, há aqueles “que apostam na inteligência do leitor, que provocam, instigam e convidam a muitas leituras”, verdadeiros “tesouros”.

São obras que “exigem um olhar atento às múltiplas relações que se estabelecem entre texto e imagem, capa e conteúdo, formato e textura das páginas, técnicas de ilustração e tipologia. Nelas, tudo está a serviço da construção de sentido – e só vai aproveitar a experiência da leitura, em sua plenitude, um leitor capaz de dialogar com todas essas linguagens.”

E quem são os potenciais leitores dessas obras? Apenas as crianças? Denise afirma que esses livros preciosos se dirigem a “todos aqueles que estão dispostos a olhar o mundo com os olhos de quem pergunta”. Por essa razão, são livros que podem surpreender e instigar todas as infâncias possíveis, envolvendo as crianças de hoje e “aquelas que habitam os leitores adultos”.

Importa, então, que esses leitores aprendam a olhar, algo possível apenas por meio de múltiplas interações com esses livros de qualidade, com outros leitores e por meio da mediação de leitores mais experientes.

Esse mediador pode existir em diferentes figuras que se relacionam, de distintas formas com as crianças: professor, bibliotecário, pai, mãe, e porque não, também avós e outros cuidadores. “Mais do que aquele que sabe tudo sobre leitura, um bom mediador […] é alguém que promove a escuta. Seja porque está aberto a compreender as diferentes leituras que estão sendo construídas pelos leitores que tem diante de si, seja porque permite que todos sintam-se à vontade para mostrar suas descobertas, suas dúvidas e as diferentes aproximações que estão fazendo com o texto, com as imagens, com o livro como um todo. Talvez por isso, um boa experiência de mediação seja aquela que possibilita além da educação do olhar, a educação também da escuta.”

Sim, a escuta faz parte da leitura de um bom livro. E as crianças têm muito a dizer! Escutar suas ideias, sua opinião, suas perguntas, sua apreciação sobre o que ouviram ou leram. Abrir esse espaço de escuta permite que explicite suas descobertas, amplie sua interação com a literatura, com o próprio livro; permite que construa relações e atribua sentidos. Isso tudo aprendendo a olhar, com a ajuda do mediador, e não pelos olhos dele.

Crianças e adultos, juntos, compartilhando ricas experiências leitoras! Isso, defendemos, sempre, por aqui. Para ler, na íntegra, a coluna de Denise Guilherme, acesse “A educação do olhar feita pelos livros infantis”.

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